1987 – Torcida é destaque nacional

Atualmente se percebe, quando do rebaixamento de um grande clube do futebol brasileiro, uma grande mobilização das torcidas no sentido de ajudar o seu time do coração a voltar ao lugar que lhe pertence.

Em 1987, ocorreu algo semelhante em Santa Catarina: o Figueirense, clube mais popular do Estado, disputava, pela primeira e única vez, uma humilhante segunda divisão estadual. A torcida compareceu em massa ao Scarpelli e a imprensa fez uma inédita cobertura do campeonato.

No dia 10 de agosto, a Revista Placar publicou reportagem intitulada "Começando tudo de novo", da qual vale destacar o seguinte trecho:

"O prestígio do velho Figueirense pode ser aferido pela média de arrecadação de 100.000 cruzados contra os 60.000 que o rival Avaí alcança na Primeira Divisão".

Reportagem: público do Figueira na segundona é maior que o do Avaí na primeira.

No dia 5 de dezembro daquele ano, após a desastrosa final contra a equipe de Blumenau, que ficou com o título em pleno Orlando Scarpelli, o jornal O Estado, com a manchete “Chuva, suor e lágrimas”, assim publicou:

“O Figueirense não foi o campeão, mas mostrou que tem uma torcida invejável, apaixonada. O apoio foi decisivo durante todo o campeonato e ontem à noite, quando o juiz Dalmo Bozzano encerrou a partida, acabou seu sonho, o de ser campeão depois de 13 anos. Não deu Figueira, mas nem por isso a torcida mostrou-se vingativa. Ao contrário, calou os torcedores do Blumenau, que comemoravam o título, com um aplauso a seus jogadores que com certeza não foi menos gratificante que a Taça Governador do Estado (...) Ser Figueirense é sobretudo, ser um apaixonado (...) O Figueirense não foi o campeão, mas sua torcida foi.”

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